Sérgio Rocha, da Abraidi: “O grande desafio no fornecimento de dispositivos médicos está justamente no subfinanciamento SUS”

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Sérgio Rocha, da Abraidi: “O grande desafio no fornecimento de dispositivos médicos está justamente no subfinanciamento SUS”

O Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou em agosto de 2023 a nova Tabela SUS Paulista, com o objetivo de aumentar o atendimento na rede pública de saúde e reduzir as filas.

A medida vai complementar o valor que os hospitais recebem atualmente do Ministério da Saúde pelos procedimentos hospitalares, e as unidades vão receber até cinco vezes a tabela nacional do SUS.

Dessa forma, a Tabela SUS Paulista permitirá que o estado mantenha as Santas Casas em operação, reabra leitos e aumente a quantidade de procedimentos.

Para o Presidente do Conselho Administrativo da Abraidi, Sérgio Rocha, tal atitude será uma grande ajuda ao setor e servirá como um estímulo para que mais empresas entrem no mercado.

“Gostei bastante do que o Governador de São Paulo fez. Tem um potencial gigante de gerar um efeito positivo em toda a cadeia de valor, estimulando a participação de mais empresas no fornecimento de dispositivos médicos”.

Rocha diz que o grande desafio no fornecimento de dispositivos médicos está justamente no subfinanciamento cristalizado na imobilidade da Tabela SUS, que não remunera adequadamente os dispositivos médicos.

“A ABRAIDI, desde 2018, publica anualmente um relatório que tem demonstrado que, embora o SUS movimente grandes volumes de recursos e materiais para atender mais de 200 milhões de brasileiros, sendo que 75% dependem exclusivamente dele para qualquer assistência de saúde”.

Abraidi e o cenário de Dispositivos Médicos

Segundo o anuário produzido pela Abraidi, em 2022, o mercado de dispositivos médicos (DM) manteve a tendência de recuperação iniciada em 2021, após um período de retração induzido pela pandemia de Covid-19.

Segundo dados da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), entre janeiro e dezembro do ano passado, o consumo aparente do setor registrou crescimento de 1,6% em relação a 2021, acompanhando o movimento de expansão da economia brasileira.

No caso do setor de produtos para saúde, além de fatores conjunturais, o crescimento foi impactado principalmente pela mudança no cenário da Covid-19, o que abriu uma gama de novas demandas e oportunidades.

O principal indutor desse processo foi o controle da pandemia devido ao programa de vacinação em massa, que imunizou com pelo menos duas doses mais de 80% da população.

Sergio Rocha diz que a associação tem uma história marcada por lutas contra os problemas estruturais que assolam o setor da Saúde.

“Em seus mais de 30 anos de existência, a Abraidi tem uma história admirável, lutando sistematicamente contra os problemas presentes no setor da saúde”.

De acordo com Rocha, o setor de distribuição de produtos médicos se assemelha à área da filantropia na saúde.

“Há uma grande semelhança entre ambos, devido à grande capilaridade e à abrangência nacional, permitindo o acesso a produtos e atendimentos de qualidade em regiões afastadas dos grandes centros”.

Reconhecendo a importância e relevância da filantropia na área da Saúde, Rocha conta que muitos associados fazem questão de atender o setor mesmo com redução de lucro.

“Temos vários parceiros que têm suas margens de lucro reduzidas ou até mesmo operam de forma deficitária em uma determinada linha de produtos. Mesmo assim, eles fazem questão de atender os Hospitais Filantrópicos e as Santas Casas, uma vez que isso garantirá à população acesso a produtos de qualidade”.

Clique aqui para ler essa e outras reportagens da 2ª edição da revista Gestão Primme Saúde.