Hospital Evangélico de Belo Horizonte implanta projeto de suporte às famílias de pacientes internados

Back
SEARCH AND PRESS ENTER
Recent Posts
Hospital Evangélico de Belo Horizonte implanta projeto de suporte às famílias de pacientes internados

Iniciativa busca preservar o núcleo familiar em meio a uma situação de doença

Para além dos cuidados com os pacientes internados, o Hospital Evangélico de Belo Horizonte (HE) também tem um espaço acolhedor de escuta para as famílias que acompanham parentes e amigos durante o tratamento médico na unidade.

Implantado há um ano, o projeto ‘A Família que Adoece’ promove encontros semanais com aqueles que, de forma silenciosa, são peças fundamentais para esse momento decisivo para a vida de pessoas queridas.

“Dentro do hospital, o paciente tem quem olhe por ele, mas geralmente ninguém sabe a história da família, o que a levou até aquele momento, quais as angústias e problemas que acompanham filhos, pais, companheiros e amigos durante a internação. Temos visto que o compartilhamento das experiências, durante os nossos encontros tem auxiliado muito os acompanhantes, sobretudo aqueles que se internam junto com os doentes, e que a tomada de decisões tem ficado mais leve para eles”, explica a médica clínica do HE há 31 anos e idealizadora do projeto, Jeissy Conceição Andrade de Paula.

Ela ressalta que as questões do núcleo familiar, quando não tratadas, interferem no processo de acompanhamento do paciente dentro e fora do hospital, podem gerar traumas ou intensificar outros já existentes e também comprometer os relacionamentos. “Nosso objetivo com o projeto ‘A Família que Adoece’ é preservar o núcleo familiar apesar da doença. Para cuidar de alguém é preciso estar bem, com a autoestima firme para não adoecer junto com o paciente”, destaca.

Nos encontros semanais realizados sempre às quartas-feiras, a médica faz palestras sobre temas relacionados com a realidade apresentada pelos acompanhantes.

Segundo a assistente social do HE, Shirlei Paixão, o público alvo – acompanhantes e pacientes – recebem informações sobre a palestra e o tema previsto. “Depois retornamos aos leitos para fazer o convite”, comenta.

Entre os temas abordados estão o histórico das famílias, como aquelas que cuidam de parentes que estiveram ausentes durante a vida e retornam já adoentados, a importância de manter as relações e a comunicação em harmonia, o cuidado com o paciente após a alta médica e, ainda, a ideia da finitude, para que as pessoas envolvidas no cuidado com o paciente tenham em mente que a morte é algo que faz parte da vida de todos.

“Eu vejo que os familiares têm conseguido perceber o papel que cada pessoa tem no cuidado com o paciente, o que permite que eles possam distribuir as tarefas e manter a organização do núcleo familiar. Eles também têm se conscientizado da importância do cuidado pós-internação com o paciente, em casa”, conclui a assistente social.