Prof. Chiavegatto Filho fala sobre os desafios da inteligência artificial na Saúde brasileira

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Prof. Chiavegatto Filho fala sobre os desafios da inteligência artificial  na Saúde brasileira

Para prof. Chiavegatto Filho, a Inteligência Artificial na Saúde enfrenta dois obstáculos no Brasil

Se antes a Inteligência Artificial era protagonista de filmes de Hollywood, hoje ela está presente em nosso dia a dia, inclusive nas instituições da saúde.

A ferramenta promete inúmeros benefícios, como rapidez para a tomada de decisão, agilidade nos atendimentos e alto desempenho na gestão hospitalar.

Segundo o professor da USP, Alexandre Chiavegatto Filho, o uso da IA tem um imenso potencial para melhorar as decisões em todo processo de atendimento de um paciente.

“Devido às dimensões continentais, muitas regiões sofrem com a falta de médicos especialistas. Com o uso da tecnologia, profissionais de lugares distantes poderão ajudar a minimizar essa ausência.”

Com a IA cada vez mais presente, Chiavegatto Filho acredita que essa solução será uma grande revolução no sistema de saúde.

“Será um divisor de águas. Para os pacientes, melhorará as decisões clínicas em termos de diagnósticos e prognósticos. Para os médicos, reduzirá a questão burocrática e potencializar decisões clínicas”.

No entanto, para a utilização da IA com eficácia, é necessário ter mão de obra especializada. Chiavegatto Filho comenta que o mundo todo passa pela ausência de pessoas qualificadas para o uso de IA.

“Isso é ainda mais acentuado na área da saúde, que geralmente paga salários menores para suas equipes de tecnologia em comparação com as big techs ou o setor financeiro”.  

IA na saúde pública

O Brasil enfrenta problemas fundamentais que dificultam a introdução da IA na saúde.

A falta de mão de obra especializada e de infraestrutura são alguns dos obstáculos que a população enfrenta, o que, por sua vez, impede uma implementação adequada da IA nos hospitais. 

Diante dos problemas de implementação da IA no Brasil, segundo Chiavegatto Filho, o país atualmente enfrenta dois grandes desafios.

“O primeiro é a disponibilidade de dados de saúde com qualidade integrados entre os diferentes sistemas. O Brasil tem bons dados de nascimentos, óbitos e internações, porém eles são independentes e não é possível gerenciar os pacientes nesses sistemas, o que dificulta o treinamento de algoritmos de IA.”

O segundo desafio, apesar dos altos salários, é a falta de mão de obra qualificada no país.

“Devido à complexidade da área, que envolve programação e estatística, a escassez de profissionais tem dificultado o surgimento de novas descobertas de IA na área da saúde brasileira”, diz Chiavegatto Filho.

Futuro da IA

Em relação à tecnologia, Chiavegatto Filho espera que muitas mudanças ocorram no futuro, dentre elas são as coletas de dados, principalmente em relação às consultas médicas. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem algoritmos capazes de ouvir a consulta e preencher o prontuário eletrônico.

Isso permitirá a geração de uma grande quantidade significativa de informações detalhadas sobre sintomas e possibilitará que hospitais e pacientes tenham um histórico completo.

Segundo Chiavegatto Filho, a tendência é que a IA aumente nos próximos anos.

“À medida que os médicos perceberem o poder dos algoritmos para reduzir as tarefas burocráticas e melhorar o prognóstico dos pacientes, o uso da IA será ainda maior”.

Clique aqui para ler essa e outras matérias da 1ª edição da revista Gestão Primme Saúde.