Provedor da Santa Casa BH: “A saúde precisa ser de ponta, e para todos, não para poucos”

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Provedor da Santa Casa BH: “A saúde precisa ser de ponta, e para todos, não para poucos”

Roberto Otto Augusto de Lima, provedor da Santa Casa BH, prevê investimento de R$ 120 milhões para os próximos três anos

Com mais de 120 anos de história, a Santa Casa BH é uma instituição de saúde que traz um legado de inovação social no atendimento médico-hospitalar em Minas Gerais.

Com um novo posicionamento institucional voltado para “saúde de ponta para todos”, o hospital oferece serviços médicos e especialidades com foco nos eixos de assistência à saúde, ensino, pesquisa, inovação e assistência social.

Composta por 10 unidades, o hospital possui diversas estruturas que sustentam sua atuação e norteiam seus passos estratégicos.

Segundo o provedor da Santa Casa BH, Roberto Otto Augusto de Lima, a instituição tem um gasto mensal de R$ 52 milhões, realiza cerca de 51.206 internações anuais e aproximadamente 132 mil atendimentos ambulatoriais por ano.

O plano para os próximos três anos, conforme explica Lima, prevê R$ 120 milhões, sendo R$ 50 milhões em infraestrutura, equipamentos, formação de pessoal e reposicionamento de marca.

“A primeira fase das obras no Instituto Materno-infantil com a recuperação da enfermaria pediátrica já está em andamento. Já o Hospital São Lucas deve ganhar R$ 1,1 milhão em equipamentos”, pontua. 

Dentre os serviços oferecidos pela Santa Casa BH, destacam-se o Hospital de Alta Complexidade 100% SUS, Ambulatórios Especializados, Instituto de Oncologia e Instituto Materno Infantil, bem como o Hospital São Lucas e Convênios.

Ao todo, são mais de 1.200 leitos, 27 salas cirúrgicas e um moderno parque tecnológico, apoiados por um Corpo Clínico de referência nacional.

“Cuidamos da saúde de milhares de pacientes, vindos de até 90% dos municípios mineiros à procura de um atendimento especializado, humanizado e de excelência.”

A diversidade de especialidades médicas é uma das marcas da Santa Casa BH, com ênfase em procedimentos de média e alta complexidade, tais como transplantes de órgãos, tecidos e células, cirurgias cardíacas, neurológicas, oncológicas, pediátricas, entre outras.

Desafios

O objetivo da instituição é melhorar continuamente seus processos e expandir seus serviços, aumentando a capacidade cirúrgica e a oferta de especialidades, como hemodiálise e oftalmologia.

Contudo, a Santa Casa BH enfrenta o desafio da sustentabilidade financeira e dos investimentos.

O financiamento público ainda não é suficiente, resultando em um déficit operacional significativo e dificuldades para promover o aporte necessário.

O provedor afirma que o subfinanciamento da tabela SUS afeta diretamente as instituições filantrópicas, como a Santa Casa BH.

“A defasagem da tabela gera aumento do endividamento e compromete a qualidade e eficiência dos serviços prestados.”

Recentemente, o Governo Federal anunciou a liberação do recurso emergencial de R$ 2 bilhões para o custeio das Santa Casas e hospitais filantrópicos.

“O recurso é fundamental para desafogar as instituições que enfrentam décadas de dificuldade financeira, em razão da defasagem do reajuste da tabela do SUS. O valor destinado à Santa Casa BH, de R$ 26,8 milhões, representa um socorro, mas que não resolve o problema de subfinanciamento dos prestadores de serviços do SUS.”

Nesse sentido, o provedor da Santa Casa defende a recomposição anual dos contratos do SUS pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e uma delimitação clara do escopo do SUS, com um rol de procedimentos bem definido e a participação financeira clara de cada ente da Federação no financiamento do Sistema.

Além da questão do subfinanciamento, Lima ressalta outro desafio vivido pela Santa Casa BH: a busca por avanços tecnológicos.

Segundo o provedor, a instituição investe em pesquisa, tecnologia, robótica, realidade aumentada e inteligência artificial para aprimorar a qualidade e segurança dos serviços. 

“Diversas inteligências artificiais são aplicadas no dia a dia da nossa gestão, monitorando riscos de óbito, possibilitando economias na área farmacêutica e ajustando dimensionamentos de equipes assistenciais”, ressalta.

Capacitação

Para promover a formação e capacitação de seus profissionais, a instituição desenvolve parcerias com escolas renomadas de gestão de saúde, além de oferecer programas de incentivo à educação, subsídios para cursos técnicos, graduação e pós-graduação.

A valorização dos colaboradores é vista como parte essencial para alcançar melhores resultados institucionais.

Lima ainda cita projetos para ampliar o conhecimento dos colaboradores.

“Temos os programas ‘Pós-Graduar’ e o ‘Pra Graduar’. O ‘Pra Graduar’ é um incentivo à educação, para que o colaborador busque a sua graduação, podendo ser na sua área de atuação ou não. Ele pode, por exemplo, ser profissional de RH e fazer um curso de Nutrição. A Santa Casa BH incentiva com até 50% do custo da mensalidade”.