Saúde representa apenas 1% das Organizações da Sociedade Civil em atividade no Brasil

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Saúde representa apenas 1% das Organizações da Sociedade Civil em atividade no Brasil

Um país com dimensões continentais como o Brasil tem, nas Organizações da Sociedade Civil (OSC), instituições privadas sem fins lucrativos, um importante suporte para diferentes esferas dos direitos humanos. 

A área da saúde, porém, engloba apenas 1% de todas as organizações criadas entre 2010 e 2019 segundo o Mapa das OSCs, plataforma gerida pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). 

Historicamente, essas organizações acabam priorizando setores como religião e desenvolvimento e defesa de direitos e interesses que, juntos, somam 56% de todas as OSCs criadas no período citado.

Essa realidade chega, inclusive, à indústria brasileira de dispositivos médicos, que atua de forma colaborativa com o Sistema Único de Saúde (SUS) mas encontra poucos caminhos para trabalhar em parceria com o terceiro setor.

Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, relata que a entidade está aberta para apoiar eventos que contribuam com a saúde dos brasileiros, mas nem sempre esses eventos estão disponíveis.

“Vemos que faltam projetos mais específicos que consigam levar toda a produção brasileira para a promoção da saúde pelo Brasil”, comenta.

De fato, de todas as 815.676 OSCs contabilizadas hoje pelo IPEA, apenas 1% está direcionada à saúde, o que coloca a indústria de dispositivos médicos em uma posição passiva.

“Com isso, nossas fabricantes voltam seus esforços para atender ao sistema público com soluções e equipamentos capazes de reduzir os custos de diagnóstico e tratamento, aumentando a eficácia e garantindo a segurança do paciente e a qualidade da assistência”, explica o executivo. 

O que a ABIMO visualiza é que esse mesmo pensamento inovador pode ser um subsídio interessante para novos escopos do terceiro setor.

Na odontologia, alguns projetos foram muito bem concretizados nos últimos anos.

A exemplo da campanha Sorrir Muda Tudo que, realizada pela ABIMO, conta com apoio de outras entidades do setor, atuando pela valorização da saúde bucal como peça fundamental para a saúde do corpo e, anualmente, realizando ações em São Paulo para atendimento gratuito e encaminhamento em casos mais sensíveis.

“Existem importantes iniciativas privadas que levam o sistema de saúde a lugares onde a atuação do governo não consegue chegar. Hoje temos, inclusive, equipamentos que podem ser lançados de paraquedas para locais com dificuldade de acesso”, pontua Fraccaro. 

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), por exemplo, aeronaves lançam, diariamente, suprimentos como alimentos e medicamentos para as aldeias indígenas Yanomami, atingidas pelo garimpo no oeste de Roraima.

Por fim, o CEO da ABIMO faz um chamado às OSCs da saúde, colocando a Associação à disposição para projetos voltados a fortalecer o terceiro setor.

“Estamos abertos a receber projetos e organizações focadas em melhorar a saúde e a qualidade de vida dos brasileiros para buscar, entre nossas associadas, indústrias que possam contribuir com a melhoria da assistência no nosso país”, finaliza.

Clique aqui para ler essa e outras reportagens na 2ª edição da revista Gestão Primme Saúde.