Deputado federal Baleia Rossi: “Para o SUS ser cada vez melhor é preciso aumentar o quadro de profissionais e valorizá-los”

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Deputado federal Baleia Rossi: “Para o SUS ser cada vez melhor é preciso aumentar o quadro de profissionais e valorizá-los”

Natural de Ribeirão Preto (SP), Baleia Rossi é deputado federal desde 2015, com atuação principalmente nas áreas da Saúde e de Assistência Social.

O parlamentar Iniciou a vida pública aos 20 anos como vereador em Ribeirão Preto, depois foi deputado estadual por São Paulo em três mandatos.

Contribuiu com inúmeras instituições filantrópicas, apoiou prefeituras, entidades sociais e lideranças comunitárias. Desde 2016, é um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)

À Gestão Primme Saúde, Baleia Rossi fala sobre suas ações para o setor filantrópico, valorização profissional da saúde, a promoção de pesquisas médicas e científicas e o impacto da reforma tributária para o setor.

1 – Como você avalia o atual sistema de saúde público do país e como podemos melhorá-lo?

O SUS é o sistema mais importante que temos no Brasil. É o único de saúde no mundo, atendendo mais de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele. Tenho orgulho de estar como presidente nacional do MDB, partido do sempre presidente José Sarney, que foi quem criou esse sistema tão importante para a população.

Uma das principais formas de deixar o SUS cada vez melhor é aumentar o quadro de profissionais e valorizá-los. Por isso, tenho feito ações nesse sentido. Como a manutenção e aumento do número de médicos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, junto ao Governo do Estado de São Paulo.

Defendi também o piso salarial da enfermagem em Brasília, mas é importante que esse aumento não seja de responsabilidade dos hospitais, que já têm uma tabela defasada e sofrem muito com falta de recursos.

2 – Como deputado federal, quais são suas ações que visam ajudar o setor de saúde filantrópico?

Desde o início da minha carreira política, a área da saúde sempre foi prioridade. Por isso, como deputado federal, todos os anos, maior parte das minhas emendas individuais são destinadas para compra de equipamentos e custeio de Santas Casas, hospitais filantrópicos e secretarias municipais de Saúde. Sei o quanto essa verba é importante para dar um respiro às instituições para compra de remédios e insumos, além de contribuir com o pagamento da folha salarial de todos os funcionários e prestadores de serviço.

3 – Como você avalia a importância em promover a pesquisa médica e científica no país?

Sou parceiro de várias instituições de pesquisa na área da saúde. Mas, um projeto que se tornou realidade e tenho muito orgulho de acompanhar de perto desde o início é a “Fábrica de Células” do Hemocentro de Ribeirão Preto, que já está em operação. Ela foi aprovada pela Anvisa para ser o responsável pelo Estudo Clínico com o uso de células CAR-T, voltado ao tratamento de pacientes portadores de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Vai ser incluído 81 pacientes, de forma gratuita, para serem tratados com o produto de células CAR-T desenvolvido pela Instituição. A iniciativa será realizada em cinco hospitais do Estado de São Paulo. Essa medida será responsável por atender futuramente até 300 pacientes por ano. Esse é o maior avanço na área nos últimos tempos, que salvará inúmeras vidas e terá um impacto financeiro positivo para os cofres públicos, já que será reduzido o número de pacientes que precisarão passar por quimioterapias.

 4 – Quais são suas propostas para fortalecer e apoiar as Santas Casas e hospitais filantrópicos, que desempenham um papel fundamental no atendimento à saúde em muitas regiões do país?

Temos trabalhado em diversas frentes para poder melhorar cada vez mais os atendimentos na área da Saúde. Além de continuar empenhado em destinar emendas parlamentares para custeio, compra de medicamentos, insumos e equipamentos, também vamos trabalhar por políticas públicas que deem sustentabilidade aos hospitais. Entre elas, estão nossa luta para o aumento do repasse do governo para o SUS, melhorar as condições de trabalho, atendimento e pesquisa. Na pandemia, por exemplo, fui relator na Câmara da Lei 13.995 de 2020 que destinou R$ 2 bilhões para Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo Brasil.

5 – De que forma podemos promover ainda mais a formação e a capacitação dos profissionais da saúde pública brasileira?

Da mesma maneira que temos que melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, também devemos valorizar os da educação e as redes públicas de ensino, como a USP, que é uma referência mundial. Como deputado federal, votei favorável ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). A emenda aumenta de 10% para 23% a participação da União no fundo nacional que destina recursos para educação.

6 – Qual é a sua visão sobre a atuação das Santas Casas no país?

É de extrema importância para a população. Porque quando as pessoas de famílias mais carentes precisam de atendimento, é na Santa Casa que elas encontram apoio. Por isso, o SUS é fundamental para dar o suporte necessário aos hospitais filantrópicos. O setor da saúde pode sempre contar com meu apoio, seja com a destinação de emendas, em votações e ações necessárias para realizar bons atendimentos.

7 – Como a Reforma Tributária irá afetar os hospitais filantrópicos e Santas Casas?

A Reforma Tributária vem para dar um grande avanço ao Brasil. Com mais transparência, equidade e simplificação, vamos receber, inclusive, mais investimentos internacionais. Como autor da PEC 45 – a base da Reforma Tributária que promete simplificar os impostos para todos os brasileiros – junto com o economista Bernard Appy e os relatores deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e o senador Eduardo Braga (MDB), defendemos que medicamentos e equipamentos utilizados para tratamento oncológico ficarão isentos de tributação. Já os dispositivos médicos e serviços de saúde terão alíquotas reduzidas.

 

Clique aqui e leia essa e outras reportagens da 2ª edição Gestão Primme Saúde.