Governança como eixo para o ESG na Saúde

Back
SEARCH AND PRESS ENTER
Recent Posts
Governança como eixo para o ESG na Saúde

 

Obviamente para o desenvolvimento e aplicação do ESG é essencial a estruturação de um modelo de Governança forte e que incorpora de forma definitiva o ESG, e consolida os conceitos de governança como essenciais para o desenvolvimento do relacionamento ambiental e social, especialmente, dentro das organizações de saúde, como no caso dos hospitais associados à Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB).

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações, especialmente do terceiro Setor, são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

Segundo o instituto sem fins lucrativos, o IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o processo de governança corporativa envolve a criação e execução de estratégias, com análises fiscalização, auditorias e planejamento que promovam e garantam o equilíbrio da geração de resultados e os valores para as partes interessadas, incluindo a sociedade em geral.

Portanto, os pontos centrais do ESG são focados no ambiente, social e governança corporativa, porém, o desenvolvimento do G – Governança de forma sustentável é o que garante o sucesso do sistema ESG aplicado em qualquer organização e na área da saúde o mesmo é essencial.

A vantagem competitiva sob a visão do ESG

No mundo corporativo durante muito tempo, as empresas consideravam, em seus planejamentos estratégicos, a vantagem competitiva, mediante a acirrada disputa com seus concorrentes.

Segundo Porter (1988), a vantagem competitiva tem por base três pilares, excelência operacional e liderança de preço, liderança de produto/qualidade, intimidade com o cliente, e o alinhamento desses três pilares é o que Porter denomina de enfoque.

E até bem recentemente definia-se a vantagem competitiva como atributo ou conjunto de características que posiciona determinada empresa à frente das concorrentes no mercado. (BORBA, 2009 e 2014), em um posicionamento bem concorrencial e agressivo e baseado no enfoque definido por Porter.

Philip Kotler, Tom Peters e especialmente Peter Drucker, citados por (LISBOA e BORBA, 2009), são unânimes em afirmar que as empresas nesse século XXI serão direcionadas para o ambiente externo e não apenas para o interno e que isso implica em uma mudança profunda de perspectivas promovendo uma nova visão de sociedade e de cuidados.

Segundo Kotler (2018), citados por Cruz, o relacionamento entre empresas e sociedade mudou, pois esta exerce uma pressão sobre aquelas, a partir de canais de comunicação diretos e indiretos (como as bases sociais). Por isso, as empresas, atentas às exigências desses consumidores, para que não sofram prejuízos na imagem de suas marcas, isto é, na sua reputação, passam a dar maior visibilidade ao que fazem no campo social (CRUZ,2022).

A vantagem competitiva sustentável, é uma consequência da vantagem competitiva clássica e, com a aplicação dos ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e com a evolução do ESG, as empresas, impulsionadas pela responsabilidade social, iniciam uma nova abordagem sobre vantagem competitiva, agora, com a inclusão de desenvolvimento sustentável, com gestão ética, anticorrupção e códigos de compliance.

Deste modo, ao invés de serem escolhidas pela agressividade no mercado, são avaliadas e acreditadas pelas suas boas práticas, pelas parcerias e pela cooperação, aferidos por indicadores que lhes dão visibilidade no mercado como Organizações responsáveis com o meio ambiente, com as questões sociais e pela sua estrutura e estilo de gestão transparente.

Na área da Saúde, a Agenda ONU 30, com emprego do ESG, ganha força e a cada dia mais as organizações de saúde, entidades sociais, hospitais, cooperativas de profissionais de saúde e especialmente de trabalho médico aderem a inclusão e aplicação de práticas de ESG, tornando-se visíveis, responsáveis e acreditadas pela sociedade, com isso torna-se natural a evolução da vantagem competitiva defendida por Porter para o novo modelo de vantagem competitiva sustentável, que defendemos como ideal.

E para isso é necessário um reposicionamento da organização no ambiente, e espera-se que as empresas do terceiro setor sejam as mais interessadas pelo cumprimento de sua missão social.

REFERÊNCIAS

Borba, Valdir Ribeiro, Gestão Estratégica e Planos de Marketing para Organizações de Saúde. Rio de Janeiro, Editoras Cultura Médica e Guanabara Koogan, Grupo Gen, 2009.

Borba, Valdir Ribeiro, INTEGRIDADE CONVERGENTE. Rio de Janeiro, DOC Editora, 2014.

Brasil – Constituição Federal do Brasil, Brasília DF 1988.

Cruz, Augusto, Introdução ao ESG: Meio ambiente, social e governança corporativa 2 ª Edição Scortecci, São Paulo, 2022.

 

  • Artigo escrito por Prof. MsC. Valdir Ribeiro Borba, Executivo Hospitalar, Consultor e Conselheiro. Cursando Doutorado Ph.D em Gestão na FCU – Florida Christian University. Mestre em Administração.

Clique aqui para ler esse e outros conteúdos exclusivos na 1ª edição da revista Gestão Primme Saúde.