Santa Casa de Fernandópolis celebra conquista histórica

Santa Casa de Fernandópolis se torna a primeira do Estado de São Paulo e a segunda do Brasil a ter recuperação judicial homologada pela Justiça

A Santa Casa de Fernandópolis celebrou uma conquista histórica.

O pedido de recuperação judicial realizado pela instituição foi homologado pelo juiz da 3ª Vara Cível de Fernandópolis, Renato Soares de Melo Filho.

Segundo o despacho, a recuperação judicial visa superar a crise econômico-financeira do devedor, mantendo a produção, empregos e interesses dos credores, preservando a empresa e estimulando a atividade econômica, destacando que esse instrumento jurídico é apropriado à situação da instituição requerente.

A homologação é um marco no campo da saúde e da filantropia, pois, normalmente, essa medida é adotada por empresas privadas com problemas financeiros.

Ao conquistar essa decisão, a Santa Casa se torna a primeira no Estado de São Paulo e a segunda no Brasil a obter a recuperação judicial. 

O provedor da instituição, Marcus Chaer, ressalta que inúmeras Santas Casas e hospitais filantrópicos em todo o país enfrentam desafios financeiros semelhantes, demonstrando que a situação vivida por Fernandópolis não é única.

“A recuperação judicial é vista como mais uma ferramenta adotada para lidar com tais desafios financeiros”, afirma Chaer.

A medida traz benefícios importantes, como a supervisão judicial dos dados financeiros da Santa Casa, o que garante maior transparência e controle na administração dos recursos, incluindo a reestruturação das dívidas, a redução dos encargos financeiros e a interrupção temporária de bloqueios judiciais com prazos estendidos para pagamentos. 

O provedor acredita que essas medidas aliviarão a pressão econômica e garantirão a estabilidade do hospital, permitindo que ele continue oferecendo serviços essenciais à população e fortalecendo sua missão como referência em atendimento médico-hospitalar.

Nova Santa Casa

Com uma história de 75 anos, a Santa Casa de Fernandópolis enfrentou enormes desafios chegando a estar à beira do fechamento e acumulando uma dívida de cerca de R$ 62 milhões antes da pandemia da COVID-19. 

Sob a liderança do atual provedor, Marcus Chaer, que implementou mudanças gerenciais desde dezembro de 2019, a instituição conseguiu reduzir sua dívida para aproximadamente R$ 53 milhões, registrando um superávit de R$ 635 mil em 2021.

A integração de setores, a luta contra a corrupção nas compras e contratações, e a profissionalização do recrutamento contribuíram para essa transformação, pavimentando um novo caminho para a gestão eficiente no setor de saúde.

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