Page 47 - Gestão Primme - 5ª edição
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AFederação das Santas Casas e Hos- filantrópicos que atuam como OSS.
pitais Beneficentes do Estado de São Os dados incluirão números relacionados
Paulo (Fehosp), por meio do Comitê
das Organizações Sociais da Saúde (COSS), a cirurgias, internações, leitos ofertados e
levou à Secretaria Estadual de Saúde discus- outros resultados que evidenciam a relevân-
são sobre o papel dual das Santas Casas no cia dessas entidades para a saúde pública
sistema de saúde pública paulista. no estado.
As instituições atuam tanto como prestadoras
de serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde), “Nosso objetivo é fortalecer a parceria
com procedimentos próprios, quanto – algumas entre o setor público e as instituições filan-
delas – como Organizações Sociais de Saúde trópicas, consolidando uma visão unificada
(OSS), que gerenciam hospitais públicos. que permita otimizar recursos e melhorar a
Diante da falta de integração no tratamento qualidade do atendimento prestado à popu-
dessas funções pelas autoridades estaduais, lação. Esse alinhamento é essencial para
o COSS apresentou proposta que busca unifi- enfrentar os desafios crescentes do sistema
car o diálogo envolvendo ambos os perfis. de saúde”, afirmou.
A apresentação foi feita ao secretário es-
tadual de Saúde, Eleuses Paiva, e a Renilson “A expectativa é que a apresentação dos
Rehem, consultor da Organização Pan-Ameri- indicadores reforce a importância do modelo
cana de Saúde (OPAS) e coordenador do Pro- de gestão das OSS e demonstre como a co-
grama de Regionalização da pasta. laboração entre as Santas Casas, os hospi-
“Grande parte dos hospitais geridos por tais filantrópicos e a Secretaria Estadual de
OSS no estado está vinculada à Fehosp, que Saúde podem resultar em um sistema mais
representa instituições filantrópicas. Essas eficiente e acessível para os usuários do
entidades operam tanto como prestadoras di- SUS”, completa.
retas de serviços à Secretaria quanto como
gestoras de unidades por meio do modelo de Santas Casas como OSS
OSS. Contudo, as estratégias e ações que en-
volvem essas duas vertentes são frequente- As Santas Casas têm uma atuação rele-
mente tratadas de maneira separada, o que vante como Organizações Sociais de Saúde
dificulta uma gestão mais integrada e eficaz”, (OSS) ao ampliarem o acesso da população
fala o membro do conselho de administração a atendimentos especializados e de alta com-
da Fehosp e organizador do COSS, Anis Ghat- plexidade, especialmente em regiões onde o
tas Mitri Filho. Estado, sozinho, teria dificuldade em atuar.
O diálogo centralizado, permitindo maior
alinhamento estratégico entre as partes, é Essas instituições já são grandes parceiras
considerado, segundo Mitri Filho, essencial do SUS, respondendo por uma parcela signi-
para garantir que as instituições possam aten- ficativa dos atendimentos realizados no país
der com mais eficiência às demandas do SUS – atendem a mais da metade da média com-
e maximizar o impacto positivo no atendimen- plexidade e 70% da alta complexidade.
to à população.
Como parte dessa iniciativa, uma nova reu- Entretanto, a atuação como OSS também
nião foi agendada para o dia 15 de janeiro de apresenta desafios, como a necessidade de
2025, quando o COSS apresentará indicado- garantir transparência, eficiência e a aplicação
res de produção das Santas Casas e hospitais adequada dos recursos públicos. “Isso reforça
a importância de uma abordagem unificada e
de um diálogo constante entre as Santas Ca-
sas e o poder público, para otimizar sua atua-
ção e fortalecer sua contribuição ao sistema
de saúde”, conclui o organizador do COSS.
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